Os Riscos ergonômicos referem-se a qualquer condição no ambiente de trabalho ou em atividades diárias que possa causar desconforto ou lesões devido à má adaptação entre o indivíduo e suas atividades, ferramentas ou ambiente. Este tipo de risco pode afetar músculos, tendões, nervos e outras partes do sistema musculoesquelético, resultando em problemas de saúde como lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) e outras condições similares.
Onde Encontramos o Risco Ergonômico?
- Em Casa
Os riscos ergonômicos estão presentes em praticamente todas as atividades diárias. Em casa, exemplos incluem:
– Assistindo TV: Manter-se em uma posição inadequada por longos períodos pode causar dor nas costas e no pescoço.
– Limpando a Casa: Movimentos repetitivos, como varrer ou passar pano, podem causar lesões nos ombros e nos braços.
– Carregando Caixas: Levantar pesos de forma inadequada pode resultar em lesões na coluna e nas articulações.
- No Trabalho
No ambiente de trabalho, os riscos ergonômicos são igualmente prevalentes e podem ser ainda mais variados:
– Trabalho de Escritório: Passar longas horas sentado em frente ao computador pode causar problemas de postura, dores nas costas, síndrome do túnel do carpo e fadiga ocular.
– Atividades Manuais: Trabalhos que exigem ficar muito tempo em pé, carregar peso ou adotar posturas incômodas, como operários em fábricas, trabalhadores da construção civil e profissionais de saúde, podem sofrer lesões musculares e articulares.
– Operação de Máquinas: Exposição a vibrações e movimentos repetitivos pode levar a problemas crônicos de saúde.
Ergonomia Organizacional e Cognitiva
- Ergonomia Organizacional
A ergonomia organizacional refere-se ao planejamento e otimização dos sistemas de trabalho para melhorar a eficiência e a saúde dos trabalhadores. Envolve a organização do tempo de trabalho, pausas, turnos, e a disposição dos espaços de trabalho. Problemas nesta área podem levar a:
– Sobrecarga de Trabalho: Alta carga de trabalho sem pausas adequadas pode causar estresse e fadiga.
– Mal Planejamento de Tarefas: Tarefas mal distribuídas ou falta de clareza podem resultar em confusão e erros.
- Ergonomia Cognitiva
A ergonomia cognitiva trata das capacidades mentais dos trabalhadores e como o trabalho pode afetar o desempenho cognitivo. Isto inclui aspectos como carga mental, estresse, e a interface homem-máquina. Problemas nesta área podem resultar em:
– Estresse Mental: Excesso de informações ou trabalho mental excessivo pode causar estresse e esgotamento.
– Erros Humanos: Interfaces mal projetadas podem levar a erros operacionais e acidentes.
Riscos Ergonômicos em Diversos Setores
Os riscos ergonômicos são comuns em vários setores. Alguns dos mais afetados incluem:
– Indústria: Operários lidam com cargas pesadas, posturas incômodas e movimentos repetitivos.
– Saúde: Profissionais de saúde frequentemente levantam pacientes e realizam tarefas que exigem posturas inadequadas.
– Comércio: Funcionários em supermercados e lojas podem ficar longos períodos em pé e carregar mercadorias.
– Tecnologia da Informação: Profissionais de TI passam longas horas sentados em frente a computadores.
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) possui normas que obrigam as empresas a gerenciarem os riscos ergonômicos para melhorar as condições de trabalho e prevenir doenças ocupacionais. Duas normas específicas tratam deste controle:
- Norma Regulamentadora nº 1 (NR 1)
A NR 1 estabelece as diretrizes gerais para a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Este programa visa identificar, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
Componentes do PGR:
1. Avaliação da Função: Identificação dos riscos ergonômicos associados a cada função.
2. Equipamento de Proteção Coletiva (EPC): Implementação de soluções como ajustes na estação de trabalho, melhorias no layout do ambiente e ergonomia dos equipamentos.
3. Equipamento de Proteção Individual (EPI): Uso de EPIs, como suportes de pulso e cintos ergonômicos, como última linha de defesa.
Treinamento: É essencial que as empresas realizem treinamentos regulares para ensinar os trabalhadores sobre o uso correto dos EPIs e sobre práticas ergonômicas adequadas.
Controle do Fornecimento de EPI: As empresas devem fornecer EPIs periodicamente e manter registros da entrega e uso dos equipamentos, garantindo que os trabalhadores estejam sempre protegidos.
- Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17)
A NR 17 trata exclusivamente da ergonomia no ambiente de trabalho. Ela visa adaptar as condições de trabalho às características dos trabalhadores, proporcionando um ambiente saudável e seguro.
Análise Ergonômica do Trabalho (AET):
– A AET é uma ferramenta essencial para identificar e avaliar os riscos ergonômicos no ambiente de trabalho.
– Ela deve considerar fatores como postura, movimentos repetitivos, levantamento de pesos, condições ambientais e organização do trabalho.
Benefícios da AET:
1. Redução de Doenças Ocupacionais: Ao identificar e mitigar os riscos ergonômicos, a AET ajuda a prevenir lesões e doenças ocupacionais.
2. Melhoria do Bem-Estar: Um ambiente de trabalho ergonomicamente adequado melhora o conforto e a satisfação dos trabalhadores.
3. Aumento da Produtividade: Trabalhadores saudáveis e confortáveis tendem a ser mais produtivos e cometem menos erros.
4. Redução de Custos: A prevenção de doenças ocupacionais reduz custos com afastamentos e tratamentos médicos.
Importância da Ergonomia no Ambiente de Trabalho
Implementar práticas ergonômicas eficazes no ambiente de trabalho é crucial para garantir a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Alguns benefícios incluem:
Prevenção de Lesões: A adoção de práticas ergonômicas adequadas previne lesões musculoesqueléticas, reduzindo o número de afastamentos e melhorando a qualidade de vida dos trabalhadores.
Melhoria do Desempenho: Um ambiente de trabalho ergonômico melhora o desempenho dos trabalhadores, aumentando a eficiência e a produtividade.
Satisfação e Moral: Trabalhadores que se sentem confortáveis e valorizados têm maior satisfação no trabalho e melhor moral.
O risco ergonômico está presente em praticamente todas as atividades do nosso dia a dia, tanto em casa quanto no trabalho. A má adaptação entre o indivíduo e suas atividades, ferramentas ou ambiente pode causar sérios problemas de saúde, incluindo lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares.
Para mitigar esses riscos, é essencial que as empresas implementem programas eficazes de gerenciamento de riscos, como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), conforme exigido pelas Normas Regulamentadoras nº 1 e nº 17 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Esses programas devem incluir a avaliação das funções, a implementação de equipamentos de proteção coletiva e individual, e o treinamento adequado dos trabalhadores.
A adoção de práticas ergonômicas adequadas não apenas protege a saúde dos trabalhadores, mas também traz inúmeros benefícios para a empresa, incluindo a redução de custos, a melhoria da produtividade e a satisfação dos colaboradores. O gerenciamento eficaz dos riscos ergonômicos é um investimento que resulta em um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e eficiente.
Pensando sempre na excelência em atender seus clientes, a PDCA Engenharia de Segurança possui uma plataforma de treinamentos EAD e semi presencial em seu site que pode ser acessada através do link https://ead.pdcanet.com.br/ctws/. Para obter mais informações sobre nossos treinamentos e descobrir como podemos ajudar você e sua equipe a alcançar novos patamares de conhecimento, convidamos você a entrar em contato conosco. Nossos colaboradores estão prontos para responder às suas perguntas e fornecer todos os detalhes necessários. Estamos esperando por você!